Estamos falando muito pouco sobre o TikTok Shop.
Vocês perceberam como essa função surgiu do nada dentro da plataforma e já virou parte da rotina da rede social? E quase ninguém questiona ou comenta sobre isso.
O TikTok Shop apareceu de forma repentina e já se consolidou sem alarde. Isso me chamou atenção.
O que estamos vivendo é uma tendência de mercado. Hoje a gente consome em escala produtos chineses, baratos, sem grande durabilidade e criados para atender necessidades quase inexistentes. Isso já acontece em plataformas como a Shopee. Agora, com o TikTok, esse consumo entrou dentro do próprio entretenimento.
E aqui está a questão: o TikTok Shop coloca a compra dentro do vídeo. Você assiste um conteúdo e, ao mesmo tempo, pode adquirir o produto. Esse é um salto publicitário enorme. A TV, no passado, foi sedutora quando trouxe a publicidade para dentro de casa. Agora o TikTok trouxe essa sedução para o entretenimento com o celular, que é muito mais íntimo e presente no dia a dia.
Só que esse movimento tem um lado perigoso. Muitas vezes achamos que o criador está dando uma dica autêntica, mas na verdade ele está ganhando comissão em cima de um produto banal. Recentemente me chamou atenção uma influenciadora que possui marca, site, equipe e estrutura própria, mas usou o TikTok Shop para vender os produtos da própria marca. E faz sentido: pelo alcance do algoritmo, pelo poder de viralização e pela escalabilidade das vendas, pode sair muito mais barato e eficiente vender no TikTok do que no próprio site.
Isso é poderoso e, ao mesmo tempo, preocupante. O quanto isso pode impactar o varejo, o e-commerce e principalmente o comportamento de consumo das pessoas?
É curioso observar como mudanças em redes sociais antes geravam polêmica, como os stories que o Instagram copiou do Snapchat. Hoje, com o TikTok, a aceitação é quase imediata. Uma estratégia tão bem pensada que se tornou parte do dia a dia sem resistência.
Fica o convite: vamos observar mais de perto esse movimento. O TikTok Shop é uma tendência global que pode transformar a publicidade e a forma como consumimos. Talvez o ponto mais importante seja refletir sobre como gastamos nosso dinheiro e se realmente precisamos de tudo aquilo que o algoritmo nos empurra.